Eu estava bem até essa semana. Estava
mesmo.
Livrei-me de você nas redes sociais, fechei
a caixinha das alianças, repassei o urso que me deu. Eu pensei que tudo isso já
era esquecimento. Pensei que isso já bastava para eu me sentir bem, sentir que
tinha me livrado de você. Pensei que esse era o fim de um sentimento bem forte
que senti.
Mas não entendo o que me fez pensar diferente
nesta semana. As coisas que eu já não pensava, se refizeram na minha mente. Todas
as lembranças. Uma volta pela praia e a certeza de que não saberia o que fazer
se te encontrasse por ali. Eu não queria, mas ao mesmo tempo eu desejava que
isso acontecesse. Uma briga entre o racional e o emocional.
Eu já estava conseguindo ouvir todas as
músicas da playlist que embalava nossos encontros. Agora já não consigo. Todas elas
me lembram de algum momento que vivemos, o que dissemos e o que não dissemos,
mas transmitimos com o olhar.
Fiz o que não deveria ter feito: procurei
novamente suas fotos. E aí sim foi a gota d’água. O sentimento aqui dentro tem
vontade de explodir e me pego muitas vezes chorando descontroladamente, ainda
esperando notícias suas, um toque ou uma mensagem. Você sabe que não vou mais
correr atrás, afinal, já fui besta o suficiente e o que recebo parece qualquer
coisa, menos um sentimento que corresponde.
Em todos os filmes que assisto, os textos
que leio, as coisas que faço. Em tudo eu vejo, sinto, ouço você. E assim eu me
sinto embriagado. Embriagado por algo que não consigo decifrar. Ainda tento me aproximar
de outras pessoas, mas parece que o destino insiste em me fazer voltar o
pensamento em você.
E o tempo que posso, estou voltado a novas
atividades: da faculdade, do trabalho ou com os amigos. E é só assim que eu deixo
de pensar em você por alguns minutos, algumas horas. E é assim que eu consegui
deixar de pensar em você por alguns dias. Porém, agora isso já não é mais
possível. O efeito anestésico já passou.
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