Não sei quanto tempo eu dormi. Só lembro que, ao acordar, um homem de branco me perguntou se estava ouvindo. Não consegui entender o motivo da pergunta, tampouco consegui ver seu rosto.
Tinha uma luz muito forte que me impedia ver. O quarto era branco e tudo aquilo parecia ter saído de um filme que eu não sabia ao certo qual era.
Foi quando alguém falou: “Não é possível que ele tenha sobrevivido ao deslizamento!”. Todos os pensamentos foram trocados por um medo e uma angústia.
Aos poucos eu recordei o que tinha acontecido na última noite que eu lembrava. Estava no quarto, sentado no chão e lendo. Era uma história intrigante e eu não via a hora de terminar a leitura do livro. Chovia. Chovia muito. Na verdade havia uma semana que não parava de chover.
O morro atrás de casa é de uma terra vermelha. As poucas árvores que ainda restavam foram cortadas no inverno passado.
Lembro ter escutado um barulho. Senti as estruturas da casa tremerem. E não senti mais nada.
Os médicos disseram que a parede me esmagou contra o chão e a casa está inabitável.
Fui aconselhado a procurar um lugar mais seguro para morar. Pelo menos eu sei que ver a cidade do alto não é tudo. Na verdade, eu nem gostava daquela casa.
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